Analisando friamente podemos ver que a eleição segue o curso normal. Dilma venceria tranquilamente, no primeiro ou segundo turno, não fosse o acidente de Campos que alçou Marina ao segundo lugar. Candidata nova, e que até então era desimportante, seus números decolaram impulsionados por quatro motivos básicos:
- seu eleitorado consciente de 2010
- os descontentes com Dilma
- os que acharam que “perderiam o voto em Aécio” (voto útil)
- os emotivos que se deixaram levar pela morte de Campos.
Porém, como em toda campanha, é preciso “criar uma imagem” para se apresentar ao público. Foi assim com o caçador de Marajás, o “pai do Real”, o operário que trouxe a esperança de um novo Brasil (lembram da cena das grávidas de 2002), O Cara que mudou a realidade do país, a presidentA que continuaria o trabalho de Lula e assim por diante. Todos, entendam bem, todos os candidatos precisam ter uma “imagem de mercado”. Não é uma falsidade ideológica, é algo bom do candidata, verdadeiro, que possa ser potencializado no processo eleitoral.
Eis que surge o problema de Marina Silva. Ela errou na criação da imagem.
A “viuva de Campos” deu certo no primeiro momento. Mas não demoraria a ter de mudar. Virou a nova Esperança de Mudança. Porém mudou de opinião diante dos eleitores, em momentos cruciais, e virou a canidata que Muda demais.
Tentou ser a imagem da Nova Política. Contudo, a aproximação com Pedro Simon, Heráclito Fortes, Jorge Bornhausen, José Serra, além de economistas de FHC e Collor, essa imagem foi facilmente derrubada.
Com os “ataques” à sua campanha, infinitamente menores que as sofrida pela sua oponente e candidata à reeleição, tentou usar a imagem de vitimizada, “coitadinha”, “injustiçada por Lula” e “de origem humilde”. Outro fiasco, ainda maior. Será mesmo que os “marineiros” acreditavam que passariam pela campanha batendo no governo sem tomar a sua “porradinha”, também?
Despencando nas pesquisas, Marina anda mais perdida que cego em tiroteio. Não sabe se ataca Dilma pra tentar voltar a subir, ou Aécio pra tentar derrubá-lo.
O fato é que só tem 2 minutos de programa eleitoral gratuito, e ainda usa 30% dele pra criticar a presidente.
Marina se perde em tentar ser a “queridinha” das ruas. Se perde em criticar os políticos, pra agradar os eleitores insatisfeitos com a política, e ao mesmo tempo precisar deles pra ter tempo de TV e apoio para as eleições. Se perde em querer negar a importância de um profissional de marketing em uma campanha, e justamente por isso, perde cada vez mais a sua imagem. Que já foi muito boa, mas vem se desfazendo a cada dia e a tendência é piorar.
Então, senhores marinados, ao invés de atribuírem a queda da sua candidata apenas às desconstruções dos outros, melhor pensar em como construir melhor a sua candidata. Afinal, vocês tem pouco mais de 10 dias para isso.