O homminis femmius é uma nova classe surgida com o avanço da moda na sociedade. É uma nova linhagem da antropogênese, vindo a suceder Australopithecus afarensis, o Homo Erectus e o homo sapiens arcaico. O homussexuals é outra coisa, não tem nada a ver com isso e não vamos nem falar para não gerar polêmica.
Essa espécie utiliza o culto a estética como forma de vida, assim como as mulheres de antes. Parecem ter o intuito de ser mulher e em breve estarão lutando pelo direito de menstruar, ou dar a luz, quem sabe…
Seus hábitos são similares aos das fêmeas e a cada dia buscam ainda mais essa similaridade. No início era só o uso dos brincos, mas com o tempo passaram a utilizar maquiagem, cabelinhos estilizados e com desenhinhos, unhas pintadas, uso de cremes hidratantes específicos para cada parte do corpo, piercing, peeling e “fazem” a sobrancelha.
Depilação é quase o novo mantra: no peito, nas pernas, nos braços, sovaco (agora denominado de axilas), pés, nádegas (acreditem…), orelha, barba e bigode (hoje, buço).
Sua alimentação consiste em vegetais coloridos, adoçantes, coisas integrais, temakis, sushis e comidas enfeitadas com molhinhos em cumbucas quadradas.
As academias de musculação foram invadidas por essa espécie, tornado-se um novo habitat. Ficam em frente ao espelho, compram luvinhas para não machucar as mãos, gel para os cabelos não caírem no rosto, passam óleo no corpo como se estivessem a temperar-se no intuito de auto-devorarem-se em frente ao espelho.
O Futebol foi trocado pelo tênis no Wii. O Kung-fu e o boxe, que distanciavam o inimigo na porrada, deram lugar ao violentíssimo agarra-agarra de dois homens no chão do MMA.
Nos cabelos, o antigo símbolo de rebeldia punk dos anos 70. Acreditem! O movimento que era contra as convenções sociais virou modinha. Os punks, que não tomavam banho, cuspiam nas pessoas nas ruas, eram anárquicos e “espetevam” os cabelos em homenagem aos índios moicanos e para mostrarem-se radicais, simplesmente viraram alvo da moda dos homminis femmius.
Mas desde Eva, a culpa é sempre da mulher…
Porém, apesar de tudo, a culpa pelo surgimento dessa espécie, não é deles. O símbolo de beleza cultuado pela espécie feminina mudou, e para agradar a nova geração de fêmeas, surgiu uma nova geração de machos. As mulheres que lutaram por igualdade de gêneros durante décadas conseguiram se afirmar em locais antes, estritamente masculinos. E o pior, até o que desejam ver nos homens, mudou. Essas novas mulheres, mais masculinizadas em alguns aspectos, passaram a desejar ver feminilidade nos homens (isso merece uma tese de doutorado em sociologia), com traços mais finos, cabelos com “chapinha” e lábios delineados.
Um exemplo clássico é a evolução dos galãs. Por exemplo, no cinema: Clint Eastwood, Sean Connery, Ernest Borgnine, Charles Bronson, Robert de Niro e Marlon Brandon, antes. Hoje Tom Cruise, Leonardo diCaprio, Ashton Kutcher, Chris O’Donnell e Robert Pattinson.
Na música mais exemplos claros. Antes rebeldia era Kiss, Iron Maiden, Metalica, Camisas de Vênus. Hoje é Justin Bieber com seu cabelinho ridículo, Restart com suas roupas à la Menudos, Luan Santana e Fiuk.
Enfim, o homminis femmius tornou-se uma realidade. Talvez eu e alguns dos leitores que concordarem comigo, tenhamos ficado para trás. As novas mulheres, independentes, sexualmente resolvidas, livres e dominadoras, estejam a busca de homens mais delicados, depilados e com cabelinhos esquisitos. Portanto abram os olhos, meus amigos: se você ainda está em busca de uma mulher pra chamar de “sua”, saiba que ela pode querer algumas mudanças na sua atitude. O homminis femmius já é uma realidade.
Erick Cerqueira
Troglodita e Publicitário