A política nacional sofreu uma grande mudança. Os radicais mudaram de lado, mas continuam na oposição.
Antigamente o PT era um partido radical e raivoso. Por ser contra tudo que o governo propunha o Petista era um “bicho” radical. Talvez, por isso, não ganhasse eleição majoritária. O brasileiro odiava essa ideia de radicalismo político e o vermelho da bandeira do partido lembrava o comunismo stalinista, que comia criancinhas, que assombra o país desde Vargas. O certo mesmo é que na briga entre os novos radicais e os velhos, quem perde sempre são os moderados…
Hoje os radicais são outros. Os anti-petistas assumiram esse posto. São contra o PT, contra quem pensa diferente deles, contra as ações boas do governo, contra quem divulga essas ações e contra quem não vota em seu candidato, é claro. Vale tudo pra ser do contra, até tirar foto com Eduardo Cunha, com o dedinho pra cima, pra combater a corrupção e tirar a presidente. Mas a obsessão pelo impeachment parece ter ficado em 2015 e hoje só os ultrarradicais ainda pensam nisso. Porém, o “precisamos tirar o PT do poder” vai continuar até 2018.
Agregado ao anti-petismo surgiu uma massa com pensamentos cada vez mais conservadores e retrógrados. Pedem a redução da maioridade penal, liberação da venda de armas pra o “cidadão de bem”, apoiaram o desnecessário “estatuto da família”, são contra os “gayzistas”, contra o Bolsa Família, contra as cotas raciais, são contra as feministas (ou feminazis, como eles chama), e os mais radicais ainda querem a Volta da Ditadura ou o que seria pior, Bolsonaro Presidente.
Mentiras para combater a corrupção
Não bastasse o ódio ao PT e a nova onda de pensamentos retrógrados, surgiu ainda uma indústria de calúnias e mentiras para combater a corrupção do governo. Isso mesmo. Mentiras pra combater a corrupção.
As redes sociais viraram o palco perfeito para essa prática que funciona da seguinte forma:
- Cria-se um site simples, com cara de portal de notícias, e postam uma matéria com aparência de seriedade. Depois divulgam nas redes sociais.
- A notícia passa a ser compartilhada por pessoas da oposição, muitas de boa índole até, mas sem o devido conhecimento de causa, compartilham bobagens como se fossem verdades absolutas.
- A mentira repetida 1000 vezes passa a ser entendida como verdade (#JosephGoebbelsWins).
- A mentira se consolida na cabeça das pessoas, e depois, mesmo quando desmentida, quem a publicou usa argumentos do tipo: “pode até não ser verdade, mas político é tudo ladrão. #ForaDilma #ForaPT”.
Destaque para algumas mentiras famosas, como o Bolsa Prostituta, fim do 13º salário, a morte de Yousseff propagada pelo whatsapp na véspera da eleição, a privatização da Caixa Econômica, os guerrilheiros haitianos contratados pelo governo pra dar um golpe comunista, a cubanização do Brasil, o “petista” Jean Wyllys apoiando pedofilia pra educar os jovens, o livro francês que foi divulgado como cartilha do MEC para ensinar crianças de 6 anos a transar, o caso Dalva Sele que foi capa da Veja na semana da eleição, a ficha falsa do DOPs publicada na Folha, além, é claro, do “dono do Brasil”, o Lulinha. O filho do ex-presidente já virou dono da Friboi, de um iate de 20 milhões (do dono da Rede TV), de um jatinho, de uma fazenda milionária, foi expulso de um bar em Angra e disse no aeroporto que o pai dele é quem mandava no Brasil. Todas devidamente desmentidas em sites como boatos.org ou pelos envolvidos nas estórias.
Enfim…
Enfim, a oposição ganhou um bando de revoltados online. Falar mal do governo, hoje, pode te dar seguidores ou ainda pode dar a você uma coluna na Veja ou na Folha, vide Lobão e Kim Kataguiri.
Defender o PT pode ser perigoso. Você pode sofrer agressões como o Chico Buarque, receber uma bomba caseira na porta do sua empresa (caso do Instituto Lula), ser xingado nas redes sociais ou na melhor das hipóteses, vocês perde só “amigos” do face.
O ódio irracional segue sendo instigado pela imprensa de oposição, que depois culpa o governo pela “divisão” do Brasil.
Esse ano teremos eleições. Se preparem para perder seguidores se forem emitir opiniões. E eu já vou me preparando para perder “amigos” e para os comentários me chamando de bolsista, cotista, nordestino faminto, comprado, vendido, iludido, petralha…